A FUGA DO CODORNINHA E O RAPTO DO PINTINHO

Com o atraso no retorno da viagem do senhor Alberto, os tempos estavam difíceis no quintal e há exatos dois dias que não havia comida. O patarrão foi vendido, Fred o galo mais velho foi, enfim, pra panela, os cachorros não podiam sonhar com um ovo que se mordiam e os pombos, que vinham não sei de onde, pousavam no telhado da casa e arrolhavam todas as manhãs e tarde pedindo comida, como se fossem do dono. As galinhas comiam folhas da aceroleira, Zequinha, agora o novo rei do quintal, pretinha, Erlandia, o peru Faustão, a catraia e o casal de codornas reclamava a toda hora em nome da maioria. O senhor Afonso, que ficou tomando conta, já não sabia o que fazer, pois a provisão deixada para alimentar os animais havia terminado e no cofre, socorro imediato, não tinha mais dinheiro. O vizinho que comprou o pato não havia pagado e o senhor Afonso não tinha um tostão furado.O que ele ainda fazia para manter era jogar para eles, um tipo de mato, conhecido como maria-mole. Aos cachorros coitados, muitas vezes esquecidos, se viravam roendo uns ossos, que estavam há dias pelo quintal.

Não tardou muitos dias até a chuva incrementar o mar de desespero, que deixava o quintal uma verdadeira piscina. A casa do Marrone com o Júnior, os dois cachorros estava só um aguaceiro eles reclamaram tanto que o senhor Afonso os colocou em baixo do alpendre da casa.

Certa manhã, quando o sol ainda estava manhoso o senhor Afonso foi recolher os ovos, que esquecera de um dia para o outro e ver como estava a pretinha, que estava chocando e tomou um susto ao ver, que a maioria dos ovos do quintal haviam sumidos, até os que a pretinha estava chocando foram sorrateiramente subtraídos e pior uma das codorninhas tinha desaparecido.

Sem saber quem interrogar começou a responsabilizar; responsabilizou o Zequinha, que como rei do quintal, tinha a obrigação de bem cuidar. E esse, sem saber ao certo qual crime cometerá foi parar na panela e os cachorros famintos, coitados, ficaram presos por serem suspeitos, enquanto os gatos no cio dos telhados riam a valer de toda aquela confusão.

Quando o senhor Alberto chegou foi lhe repassado toda a situação e imediatamente ele foi comprar as rações e os milhos para os animais. E como estava cansado, muitos responsabilizados pelo o roubo dos ovos e o misterioso sumiço da codorninha resolveu soltar Júnior e Marrone.

No dia seguinte, mal o dia começou surgiu mais uma situação, o franguinho filho da Erlandia havia tomado sumisso. Procurou-se em todo o quintal, mas não aparecera o corpo. A partir daí iniciou-se uma nova investigação, foi uma semana conturbada para os cachorros que dormiam e acordavam presos. E após essa semana de investigação ouvindo cada um dos animais soubesse pelo jornal, que o codorninha devido aos maus tratos de sua senhora, aproveitou o fuça, fuça do Marrone atrás de ovo e fugio, por um buraco deixado na extremidade da sua casinha. No entanto, o sumisso do pintinho está longe de se saber o resultado, pois como o corpo não foi encontrado, muito menos penas e sangue que pudessem identificar o culpado, ficou difícil a solução.

Com um novo rei no quintal e a ameaça de viagem do senhor Alberto, o que era calmaria virou desespero, pois ninguém quer ser rei, tão pouco o vigilante.

O importante é que não houve mais nenhum sumiço e todos estão comendo bem obrigado.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 06/11/2008
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