A ARTE DE SER SOGRA

A ARTE DE SER SOGRA

As sogras sempre foram motivos de historias, piadas e controvérsias; mas no passado, no presente e talvez no futuro sempre existiram, existem e existirão boas e péssimas sogras, porque em todos os setores da vida o bom e o mau sempre conviveram e vão continuar convivendo lado a lado até o final dos tempos; antes de se transformarem em sogras todas as mulheres são mães e tem ciúmes de seus filhos e filhas, o que as transformam em sogras boas ou más.

Mulheres bem educadas conseguem administrar seus ciúmes e se tornam boas sogras, mas as grosseiras e de má índole se transformam em representantes juramentadas do demônio e quem paga a conta são seus genros e noras; Lidinha era moça de boa família e de boas maneiras, vivia sua vida alegremente junto com seus pais e irmãos, tratada com carinho ela jamais recebera uma grosseria em sua casa, mas se casou com um dos filhos de dona Cenira e tudo mudou.

Dona Cenira não criou seus filhos para o mundo, mimados e egoístas acreditavam que a única mulher bondosa desse mundo era sua mãe e dela não podiam se separar; quando se casou com Lidinha, Rogério o filho mais velho da mulher, foi morar em uma casa nos fundos da propriedade da família e começou o sofrimento da moça, a rabugenta sogra se intrometia em tudo: queria saber o que ela faria para as refeições, olhava as roupas para ver se estavam bem lavadas.

Lidinha se esforçava para agradar a velha cascavel, mas isso era uma missão impossível porque a enciumada velha só sabia maltratar e ofender com o total apoio do filho, o tempo passava e nada mudava, a infeliz nora fazia o impossível para tolerar as maldades da sogra e quando reclamava era maltratada pelo marido que dizia: minha mãe é uma santa, você entende tudo errado, ela só quer ajudar; o que já era ruim ficou pior com a chegada de Rogerinho.

O menino era o primeiro filho do casal e a sogra passou a dar ordens a nora, ela queria marcar horários de mamadeiras e banhos e a medida que o menino crescia ela se tornava pior, tudo que Lidinha fazia estava errado e a criança comandada pela avó não respeitava a mãe e estava se tornando um garoto insuportável, falar com Rogério era pura perda de tempo, então a jovem resolveu enfrentar a sogra para conseguir criar seu filho de maneira correta, mas se deu mal.

Ao ouvir os sensatos argumentos da nora sobre os maus modos da criança, ela revidou dizendo que o filho dela devia ter se casado com uma moça melhor e mais rica e que Rogerinho era bem educado como seu pai e se ela não queria o menino perto dela que o levasse e completou dizendo: filhos de minhas filhas meus netos são, de meus filhos serão ou não; depois dessa ultima grosseria Lidinha desistiu, pegou seu filho e voltou para casa de seus pais e tratou do divorcio.

Rogério tentou se reconciliar com a esposa, mas recebeu a seguinte resposta: volte para a barra da saia de sua mãe de onde jamais devia ter saído, nunca mais me procure; a terrível sogra conseguiu acabar com o casamento de todos os seus filhos e depois de sua morte aqueles filhinhos da mamãe envelheceram sozinhos e amargurados; Leninha agora é sogra e vive em harmonia com sua nora e sempre diz: aprendi a ser sogra com dona Cenira, faço o contrario do que ela fazia e nunca erro, porque ela nunca acertou.

Maria Aparecida Felicori

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Vó Fia
Enviado por Vó Fia em 21/10/2008
Código do texto: T1241127
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