Sai despreocupadamente na manhã quente sem saber
que teria um encontro com um Anjo. Pois é.
Mal sai porta fora me deparei com um Anjo de carne e osso
parado à minha frente perguntando-me por que estava tão
infeliz. Ora, se nem o conhecia como ele poderia saber o que
eu estava sentindo?
Dei bom dia e ele respondeu "bom dia".
Anjos advinham o que sentimos? Acho que esse advinhava.
Respondi que apenas sentia uma sensação estranha que não
sabia definir, que sentia um cheiro de passado entrando abusa-
damente pelas narinas.
Perguntei o que fazia ali. "Limpezas habituais nas almas de
pessoas que como você estão precisando faxinar pensamen-
tos". Quanto mais ele falava mais eu me interessava pela nar-
rativa.
Pediu licença para entrar um pouco, pois se sentia cansado de
outras visitas que havia feito aquela manhã.
Não gostou do que encontrou. Muita coisa sem uso e necessidade
você guarda aqui, disse-me ele. mais surpreso ainda ficou quando
encontrou velho baú com cartas de amor. Aos montes.
Umas lidas e relidas, algumas que nem chegaram a ser abertas.
Mas indignada retruquei: são minhas, não as quero perder.
Ahhhh! disse o anjo. Reveja os passos que deram nas noites de
Lua Cheia. Nunca foram tão felizes como naquela época.
Lembre do cházinho de erva doce que tomavam juntos depois de se
amarem a noite inteira.
´Como ele sabia disso?
Ia ouvindo o Anjo com respeito e admiração pela sábia descrição que
fazia de mim e do meu amor.
Ele continuou.... deixem os fantasmas dançarem no telhado das re-
cordações, sózinhos.
Eles não precisam reler cartas de amor nem sonhar seus sonhos.
Cada item que ele enumerava era como uma construção da pirâmide
de Gisé. Sua descrição era um autêntico mistério. O que ele des -
crevia e expunha era harmonia representada.
Assim, iamos eu e o Anjo trocando toques suaves de recordações,
conversas, imagens poéticas que minha descrença humana estava
soterrando no baú das recordações.
Antes de sair deixou-me um lembrete:
Passe a observar como borboletas coloridas saem do baú sempre
que o abrir. Elas saem deixando rastros coloridos no caminho.
Dos olhos do Anjo saiam radiosas luzes.
Subitamente me passou pela cabeça que o aroma do cházinho de erva
doce é intenso em noites de Lua Cheia, é o aroma que recordo do
corpo do meu amado e me deixa mais plena e feliz.
Ganhei coragem e agradeci ao meu Anjo.
"Fique bem com seus fantasmas, borboletas e pensamentos.
Esvazie o baú. Seja feliz"
E num imenso bater de asas meu Anjo se foi.
Estava mesmo necessitada de ar puro nessa manhã
Obrigada Anjo, não se demore, volte!
que teria um encontro com um Anjo. Pois é.
Mal sai porta fora me deparei com um Anjo de carne e osso
parado à minha frente perguntando-me por que estava tão
infeliz. Ora, se nem o conhecia como ele poderia saber o que
eu estava sentindo?
Dei bom dia e ele respondeu "bom dia".
Anjos advinham o que sentimos? Acho que esse advinhava.
Respondi que apenas sentia uma sensação estranha que não
sabia definir, que sentia um cheiro de passado entrando abusa-
damente pelas narinas.
Perguntei o que fazia ali. "Limpezas habituais nas almas de
pessoas que como você estão precisando faxinar pensamen-
tos". Quanto mais ele falava mais eu me interessava pela nar-
rativa.
Pediu licença para entrar um pouco, pois se sentia cansado de
outras visitas que havia feito aquela manhã.
Não gostou do que encontrou. Muita coisa sem uso e necessidade
você guarda aqui, disse-me ele. mais surpreso ainda ficou quando
encontrou velho baú com cartas de amor. Aos montes.
Umas lidas e relidas, algumas que nem chegaram a ser abertas.
Mas indignada retruquei: são minhas, não as quero perder.
Ahhhh! disse o anjo. Reveja os passos que deram nas noites de
Lua Cheia. Nunca foram tão felizes como naquela época.
Lembre do cházinho de erva doce que tomavam juntos depois de se
amarem a noite inteira.
´Como ele sabia disso?
Ia ouvindo o Anjo com respeito e admiração pela sábia descrição que
fazia de mim e do meu amor.
Ele continuou.... deixem os fantasmas dançarem no telhado das re-
cordações, sózinhos.
Eles não precisam reler cartas de amor nem sonhar seus sonhos.
Cada item que ele enumerava era como uma construção da pirâmide
de Gisé. Sua descrição era um autêntico mistério. O que ele des -
crevia e expunha era harmonia representada.
Assim, iamos eu e o Anjo trocando toques suaves de recordações,
conversas, imagens poéticas que minha descrença humana estava
soterrando no baú das recordações.
Antes de sair deixou-me um lembrete:
Passe a observar como borboletas coloridas saem do baú sempre
que o abrir. Elas saem deixando rastros coloridos no caminho.
Dos olhos do Anjo saiam radiosas luzes.
Subitamente me passou pela cabeça que o aroma do cházinho de erva
doce é intenso em noites de Lua Cheia, é o aroma que recordo do
corpo do meu amado e me deixa mais plena e feliz.
Ganhei coragem e agradeci ao meu Anjo.
"Fique bem com seus fantasmas, borboletas e pensamentos.
Esvazie o baú. Seja feliz"
E num imenso bater de asas meu Anjo se foi.
Estava mesmo necessitada de ar puro nessa manhã
Obrigada Anjo, não se demore, volte!