VÍRGULA 11 : CONVERSA DE COMPADRE E O SUÍCIDIO (COR)

(CORRIGIDO)

CONVERSA DE COMPADRE E O SUICIDIO

VIRGULA 12 :

-Fala p'ra mim Compadre Onofre quem é o pai do filho da Rosarinha?...

-Ô Jory, quem falou que eu sei o nome do diabo sô.

-Uaí, tem de saber.

-Como?

-É por que ela frequentava sua casa, teinha amizade com vocês. Ela deve de ter contado para Dona Das Dores se não contou p'ra você , conta homem?...

-Compadre eu sei quem é o pai; pela sua insistência, só pode ser você. Mulherengo e sempre gostou de contar vantagem. Tou certo ou não estou ?...

Conversa p'ra boi dormir assim sempre surgia quando os dois tomavam uns tragos antes de cair nas águas frias nas tardes de verão. Aquele segredo foi para o tumulo quando o bonita morena, diretora do grupo anterior a sua esposa. Todos homens da cidade gostariam de tê-la, mais este desejo coletivo também estava enterrado para sempre. Todos homens, bem casados, mas sempre nutriram intimamente um desejo extra-conjugual, o sonho de ter aquela mulher então nem se fala. Era paixão coletiva.

-Onofre, Onofre, não me conformo com a morte dela.

-É morreu, está bem mortinha, veneno de matar ratos dos fortes, coitada.

-E a filha como será que está?...

-É uma linda criança, fica os tempos na casa de um, fica na casa de outro, é uma linda criança. Tem a mesma idade da minha filha mais velha a Gema.

-É e a mesma idade da minha Dinha.

-Onofre você desviou de assunto. Eu quero saber...

-Não adianta insistir, compadre, eu não sei, agora se soubesse, não contaria.

-É por isso que eu insisto, eu acho que você sabe.

-Vamos embora que já está escurecendo, Das Dores quer ir ao aniversário de uma sobrinha.

-Ah, já sei, é a filha do Orion. É verdade que ele vai se mudar?

-Vai para Anápolis, já esta vendendo o bar, tem dois ou mais compradores, está estudando as propostas. É só vender e mudar. Já vestindo a roupa, em cima de uma pedra colocada no barranco, despede-se:

-Até-logo.

-Até.

Papo de levar a lugar nenhum o Jory, sempre embriagado, não respeitava a sua mulher, namorava e flertava em frente a ela, era apaixonado por qualquer rabo de saia, casada, viúva ou separada, achamos que nem padre de batina ele perdoava, quantas mesmo?

Onofre de Lima ficou muito pensativo na insistência do compadre, será que ele sabia de mais alguma coisa? Bem eu também não sou santo, tenho os meus segredos, pior um deles a sua filha mais velha sabe. Matutava, matutava, até arrumar uma solução para apresentar para o compadre no próximo encontro; ele que aguardasse, estava tudo concactenado em sua cabeça.

Goiânia, 09 de outubro de 2008.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 10/10/2008
Reeditado em 11/10/2008
Código do texto: T1220575
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