A ladra
A ladra
“Corre!!! Vai!!!”
Gritou a cúmplice desesperada à ladra de pele morena, das pernas grossas. Que não pensou duas vezes e deixando o local do crime em disparada sentia que podia voar a sabor do vento.
Tomada de intensa adrenalina, a malandra, correu levantando poeira do chão depois de por nas mãos os chinelos que certamente lhe atrapalhariam a “performance”.
A carreira não levantou só poeira, ela também açoitou o vento, que fez sambar a sainha de chita branca, evidenciando as cochas castanhas, sonho de muito marmanjo.
Sabia que estava sendo seguida e de propósito soltou os cabelos, libertando os seus formosos cachos negros, talvez para refugiar-se neles depois da loucura que cometera.
Fora a primeira vez que cometera tal crime. O fez e não parecia arrependida. Levava nos lábios carnudos de dentes grandes um sorriso de plena satisfação pelo cumprimento do ato.
Mas insatisfeito mesmo estava a pobre vítima. Um rapaz bonito, alto e bem apanhado que não se conformou de ter sido roubado daquele jeito e que após o susto, partiu em perseguição a meliante.
“Corre, corre!!!”
Contudo, já não adiantava mais gritar. O rapaz agarrou a moça e tomou de volta o beijo que lhe foi roubado.
Adriana Kairos