AS VIRGENS DE PEDRA DA ANTA
AS VIRGENS DE PEDRA DA ANTA
Fazendeira e muito rica dona Edelzira que tinha tudo para ser uma mulher muito feliz, era uma pessoa triste pois ao dar a luz seu único filho, perdera para sempre a saúde e o domínio das pernas e como não podia administrar a suntuosa casa da fazenda e cuidar do menino, trouxe suas duas irmãs para cuidar de tudo em seu lugar e esse foi seu erro.
Seu amado marido era um homem bonito, elegante e falso como uma nota de trezentos reais, mas ela o adorava e acreditava nele e como confiava em suas irmãs achou que estaria tudo bem; durante os primeiros meses de estadia de Alzira e Dulce, as irmãs da adoentada senhora tudo correu bem, mas com o passar do tempo a situação mudou.
E mudou porque as duas jovens solteiras e virgens se apaixonaram pelo cunhado bonitão e ele todo vaidoso tratou de se aproveitar da situação criada pela tolice das duas moças; cada dia a situação se agravava, porque Alzira e Dulce perderam a cabeça e começaram a brigar diariamente pelos agrados do cunhado aproveitador.
A pobre e sofredora Edelzira mesmo afastada do convívio da família, começou a perceber que alguma coisa estava errada e perguntou as irmãs porque estavam brigando tanto, elas se desculparam e prometeram parar com as desavenças, mas era difícil aquela guerra amorosa acabar porque Alzira era gorda e de traços grosseiros e Dulce era bonita.
Claro que o cunhado Vitório se encantou com Dulce e não ligava para a deselegante e feia Alzira, que cada vez mais enciumada tratava a irmã mais nova da pior maneira possível e as brigas eram diárias e cada vez piores; Edelzira de seu quarto ouvia as discussões, se preocupava e sua saúde se deteriorava com as preocupações com as irmãs.
As coisa estavam péssimas, mas ficaram pior quando Dulce descobriu que estava grávida, desesperada ela falou com o cunhado e amante, que disse que tomaria providencias, os dias passavam e ele não encontrava solução para aquele enorme problema, mas por sorte um tio milionário chegou do Rio de Janeiro para fazer uma visita.
Vitório conversou com o tio em particular e contou o acontecido, o cidadão ficou muito zangado, mas resolveu ajudar para evitar maior sofrimento para a esposa e irmã traída; mandou a moça arrumar as malas para ir com ele para o Rio e criou uma historia para Edelzira que Dulce ia estudar artes na cidade grande, mas Alzira ficaria cuidando dela.
Depois de um ano de ausência Dulce voltou, magrinha e com o mesmo jeitinho de virgem pura e inocente; a criança que ela levou dentro, não apareceu nem dentro e nem fora, ninguém desse mundo jamais soube o que foi feito dela; essa historia foi guardado em segredo por muitos anos, mas depois da morte de Edelzira o segredo apareceu.
Com remorsos por ter se apaixonado pelo marido da irmã, Alzira se calou para poupá-la, mas quando ela morreu começou a falar sobre o assunto, a família mandou interna-la em um hospital psiquiátrico, onde ela viveu por apenas três anos; Vitório viveu por muitos anos ainda e morreu com mais de oitenta anos e Dulce passou a vida posando de virgem pura e inocente e morreu de velhice.
Maria Aparecida Felicori{Vó Fia}
Texto registrado no EDA