Flautista Noturno
Ele pisava petalás. Eram de rosas brancas e vermelhas. Despontando tão vivas o cinza dominante da grande calçada no parque.
Sem pressa, serenamente, exalava música entorpecendo sentidos, embalando lembranças.
Ele sorria flautitando aquela velha canção "... eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar..." e meu coração pulou eufórico.
Dançava cantante o Ipê rosa, criando um carpete de realeza natural ao chão. A lua cheia pediu licença as negras nuvens e sorriu ameralando o céu. O vento batia tambores ao fundo, e milhões de amigos me vieram a mente num segundo.
O repique das asas da garça branca, traçando reflexo claro as negra águas da lagoa, trouxeram o balanço das águas espelhando o sorriso da lua. E em mim, bem forte quiz ter um milhão de amigos novamente no refrão.
Ele passou, deixando a noite mágica e as árvores choronas dobradas ao meu redor; sussurando baixinho: - Se puredes a todas nós contar, mais de mil amigos saberá que terá.