AVISO DE MORTE

AVISO DE MORTE

Rosana estava como sempre trabalhando, além de costurar por encomenda, ela cuidava dos afazeres domésticos e sempre arranjava mais alguma coisa para fazer, o certo era que o tempo nunca era suficiente para o tanto que havia para ser feito; ela era uma pessoa solidária e prestativa, mas naquele dia rezava para não aparecer nada de ultima hora.

Mas justamente naquele dia atarefado apareceu uma emergência inadiável, um primo veio avisa-la do falecimento de seu tio Jorginho, e pedir que ela se encarregasse de avisar alguns parentes que moravam em outras cidades; ela se prontificou a ajudar, o primo foi embora e ela passou a telefonar para dar a triste noticia aos parentes distantes.

Quando a moça recebeu a noticia da morte do tio já era quase noite, naquela correria de telefonar para um e outro a noite caiu, ela preparou o jantar da família e quando se preparava para ir ao velório, seu marido chegou do trabalho e achou que estava tarde para viajarem até o sitio onde o corpo estava sendo velado, iriam ao enterro no dia seguinte.

Já na cama ela se lembrou que faltava avisar a seu irmão que morava no Mato Grosso do Sul, se levantou e ligou para dar o aviso, o rapaz ficou triste por não dar tempo de comparecer e pediu que ela comprasse uma coroa de flores e levasse ao enterro em nome dele; de manhã bem cedo ela comprou as flores e acompanhada pelo marido, se dirigiu a cidade vizinha onde seria realizado o sepultamento do tio.

No cemitério não encontraram ninguém conhecido, mas entenderam que a família e amigos estariam trazendo o falecido do sitio, esperaram uma hora e outra e nada, resolveram ir até o sitio para saber o que estaria acontecendo, lá chegando desceram a estradinha de acesso carregando a enorme coroa de flores, e a primeira pessoa que viram foi o falecido.

Só que o falecido estava bem vivo e saudável, comendo um grande prato de frango com quiabo; foi um Deus nos acuda, uma saia justa sem tamanho e ninguém entendia aquela coroa de flores, e mais parentes chegando; desfeito o mau entendido foi servido almoço para todos, deram boas risadas e quem se divertia mais era o ex-defunto, na maior alegria de estar vivo e querendo viver muitos e muitos anos mais.

Maria Aparecida Felicori{Vó Fia}

Texto registrado no EDA

Vó Fia
Enviado por Vó Fia em 13/09/2008
Código do texto: T1176495
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