A enfermeira entrou no quarto e assustou-se.

O paciente não estava lá.

Por um instante pensou que recebera alta.

Foi verificar. Não era o caso.

Alarme dado, todos à procura.

Era preciso esconder o fato da imprensa.

O hospital não precisava desse tipo de propaganda.

Hipóteses surgiam.

Teria fugido e já se encontrava “belo e formoso” em sua casa?

E se não estivesse?

Como checar isso sem que a família compreendesse o acontecido, antes que esgotassem a procura?

O hospital foi vasculhado e pessoas entrevistadas.

Apesar da doença, ele tinha algumas poucas condições para evadir-se.

Mas era um homem grandalhão.

Muito difícil passar despercebido.

 

...

 

Em um cantinho da rouparia, protegido por montanha de lençóis branquinhos, o homem dormia.

No quarto não conseguia dormir.

De hora em hora vinha alguém para ministrar medicamentos, tomar a temperatura, medir a pressão.

 

Ou simplesmente para perguntar ...

 

- se ele estava dormindo.