NOVA AVENTURA DE ZÉ ALEGRIA
NOVA AVENTURA DE ZÉ ALEGRIA
Como o nome indica Zé era muito alegre, seu riso infantil contagiava as pessoas de Vila de São João e todos ficavam felizes com sua presença; mas o que ninguém sabia era que aquele riso fácil não era felicidade e sim uma doença, mas naquela época que a medicina ainda engatinhava, nem os poucos médicos existentes saberiam explicar tal anomalia e o Zé ria, o povo ria e todos se sentiam bem.
Nosso amigo Zé espalhava alegria e servia de assunto, pois na sua santa ingenuidade ele as vezes fazia coisas muito engraçadas, que passadas de boca em boca serviam de divertimento, e de base para boas conversas, enfim Zé era de grande utilidade naquela Vila parada no tempo; ele era muito pobre e na companhia de seu amigo Brechó, viajava pelos lugares próximo pedindo e obtendo ajuda.
Nessas viagens os dois inseparáveis amigos sempre se metiam em alguma confusão, não de briga pois os dois eram pessoas de paz, mas de mal entendidos e desencontros sempre muito engraçados, e dessa vez estou me referindo a um pedido de carona, que foi bem assim: Seu Antero era um dos poucos proprietários de um veiculo a motor daquela região, e ele adorava dar caronas aos amigos, um pouco por solidariedade, mas principalmente por exibicionismo.
Naquela tarde os dois andarilhos voltavam de uma vila próxima chamada Vila Severina, onde ganharam mantimentos, roupas e vários utensílios e carregavam dois sacos bastante pesados, já estavam a boa distancia da tal vila , quando cruzaram com Seu Antero em seu carro, o solicito cidadão parou o veiculo e disse: esperem que eu volto já e dou uma carona para vocês, eles agradeceram e Seu Antero seguiu viagem; o bondoso motorista cuidou rapidamente de seus assuntos, aflito pelos dois amigos que o esperavam na estrada.
Assim que se desocupou Seu Antero virou o carro e pegou a estrada, rodou por dois quilômetros mais ou menos e tomou um susto ao dar de cara com o Zé Alegria e o Brechó assentados em cima de um cupim na beira da estrada; ele parou e perguntou se eles estavam voltando para Vila Severina, e recebeu essa estranha resposta: não sinhô, nois tamo ino pra São João memo, nois vortemo pra incontrá o sinhô, pra dá pôco trabaio; Seu Antero não entendeu nada, colocou os dois no carro e foi embora sem comentários.
Maria Aparecida Felicori{Vó Fia}
Texto registrado no EDA