Triste Destino
***Este texto é livremente inspirado em letras de rap. Representa a tênue relação entre o conto, a crônica, o cordel e a canção. Como desafio criativo tentei seguir uma métrica com varias rimas. BOA LEITURA!
Essa é a história do triste destino de um rapaz que pensava que era homem e era só um menino. Não sei seu nome se João ou José, sei que não tinha educação e também não tinha fé.
Ele não respeitava professor e não sonhava ser doutor, mas em vencer sem ter esforço. Acabou como acabam tantos outros sendo pra mãe um desgosto e para o crime o oposto.
É uma tragédia como a de tantas Marias, que da vida não sabem nada e só vêem carne a cada quinze dias. Uma adolescente que pos no mundo um inocente e que pensava que com ela a historia seria diferente. Namoro em hora errada, gravidez indesejada, abandonada na estrada iniciou o seu tormento. Ganhou rejeição, miséria e sofrimento. E o filho dessa história começou pedindo esmola e acabou sendo um detento.
Não teve infância e nem herança e já não tinha esperança de ser um bom cidadão, afinal ele tinha como exemplo o pai que era um ex-detento e não tinha profissão.
Começou cedo, com 10 já era ladrão, pois era a oportunidade e também a solução. Pelo estado não podia ser julgado, muito menos condenado, seguia sem ter punição.
Aos 13 ganhou um novo “brinquedo” e com a arma na cintura começou a impor o medo. Por ser esperto aprendeu a atirar então é melhor não vacilar pra ele não te matar.
Com 15 caiu na Febem e no caminho obscuro aprendeu a ser alguém. Mais um com pouco ou nada a perder e que podia matar ou podia morrer.
Com 18 já não era réu primário, entrou em cana pelo seqüestro de um otário. Apesar de não ser universitário, pela vida foi formado, virou bandido sanguinário.
Na cela o infeliz arrumou uma cicatriz porque apanhava e sangrava pelo nariz.
Na fuga revoltado jurou vingar-se do culpado por viver aquela sorte. E a culpada era toda a sociedade que não acredita que no país existe a pena de morte.
Depois da fuga o tempo passou e após mais um assalto para o “X” voltou. Mas na prisão já não era um ninguém, pois descobriu que podia ir além, agitou rebelião e na escola da prisão aprendeu a estorquir e a ter refém.
E nesse inferno sem ter perdão, deixado pela família que já não tinha ilusão de sua redenção e pensava que era inútil visitar um ladrão. Melhor unir esforços para com o seu irmão, esse sim um cara bom e que não fazia com que passassem humilhação.
Então o jovem detento João ou José, depressivo e abandonado quis só ver como é que é. Usou a droga pra esquecer da vida e talvez seja a sua morte do vicio a única saída.
Esse é o fim da estrada ou um novo caminho a triste história de um destino que não podia ser pior. Uma jornada que começou de forma errada, uma vida desperdiçada e que acabou com um homem só.
A história acaba como outras terminam ser morto pela PM ou padecer no presídio com a estorção de algum bandido ou morrer por não ser “laranja”, assumindo crimes que já não tinha cometido.