Minha amiga suicida

Como eu a amava, adorava ler seus poemas manchados de lagrimas, com palavras que me faziam arrepiar. Recordo-me do cheiro do seu cabelo e do seu sorriso falso, como seus olhos eram espelhos de sua alma, ela podia estar triste mas, sempre me cumprimentava com um sorriso, mas seus olhos não me enganavam.

Quando sua mãe me entregou a carta ensangüentada, reli tantas vezes que minhas lagrimas misturaram a seu sangue, e as dobras da carta ficaram gastas.

Contava-me que perdeu o seu amor, e que não via razão para continuar. Mesmo ele estando com outra eles ficaram juntos, tentou viver um dia de cada vez, sem pensar no futuro ou nas conseqüências, mas não fora talhada para ser amante. Chorava no banho ao imaginar ele beijando a outra da mesma forma que a beijava, que dor terrível deve ter sentido, nem posso imaginar.

Até que naquele dia ela recebeu o telefonema. Ele dizia que a adorava, e que a amizade dela era muito importante, mas não podiam ficar juntos, não tinha escolhido nenhuma das duas apenas aconteceu.

Ela ainda lhe disse que era melhor assim, que o importante era ele ser feliz e que nada mais importava.

Silencio no telefone.

Desligou, escreveu sua despedida e uma carta para mim. Entrou para tomar banho, foi a ultima vez que foi vista com vida.

Ainda me lembro de seus pulsos cortados, e das palavras escritas no azulejo branco.

Como eu a amava, minha irmã, me espere, logo estarei ai com você.

Bruna Gabriela
Enviado por Bruna Gabriela em 24/08/2008
Reeditado em 24/08/2008
Código do texto: T1144420
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