Julia 2
Julia entrou no ônibus, as 4h da manhã fria de São Paulo a caminho do bairro nobre o qual conhecia só de nome, com seu ar frio e sério não conseguia mais raciocinar.
Não se envergonhava dos olhares aflitos e curiosos que a perseguiam por causa da sua corcunda intrigante, por causa da sua corcunda só conseguiu sentar na beira do banco.
Aparentemente desgasta e cansada, por causa do remorso que carregava na consciência e pela dor no peito que tirava sua paz, antes mesmo de fazer, o que já havia planejado há semanas, já estava se arrependendo e pensava: mas alguém tem que fazer.