Protesto solitário as leis da Terra

Caminhava sobre as folhas secas do outono,

confusa em seu pensar,

sufocava-se com a escuridão da cálida noite,

Oprimia-se pelo sentimento esmagador

havia em seu peito um único desejo...

ver-se livre daquele tormento.

Seus olhos famintos estavam,

nenhum lugar neste vasto mundo parecia seguro,

eram duas as alternativas:

ser caça ou alimentar-se de outras vidas,

nesse contexto escolhera

aniquilar a própria sorte

buscara paz em meio a morte.

Antes do ato uma carta escrevera

ao único amigo que em vida tivera

era ele o poste em frente a janela de seu quarto.

Eis que dizia a carta:

“Querido poste, o qual almejei ser,

não sabe o que é dor,

desconhece toda e qualquer forma de amor,

é inerente ao mundo,

é indiferente à vida,

vida que não tem...

Consciência inexistente não traz melancolia,

ser inanimado não se sente sozinho,

solidão é estado,

suicídio é tragédia,

Cravo este punhal em meu peito

em protesto as leis que regem a Terra"

Assim partiu aquela alma

tão triste

tão sofrida

ainda criança

e já desiludida.

Talita A Hoflinger
Enviado por Talita A Hoflinger em 09/07/2008
Reeditado em 14/07/2008
Código do texto: T1071735
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