Protesto solitário as leis da Terra
Caminhava sobre as folhas secas do outono,
confusa em seu pensar,
sufocava-se com a escuridão da cálida noite,
Oprimia-se pelo sentimento esmagador
havia em seu peito um único desejo...
ver-se livre daquele tormento.
Seus olhos famintos estavam,
nenhum lugar neste vasto mundo parecia seguro,
eram duas as alternativas:
ser caça ou alimentar-se de outras vidas,
nesse contexto escolhera
aniquilar a própria sorte
buscara paz em meio a morte.
Antes do ato uma carta escrevera
ao único amigo que em vida tivera
era ele o poste em frente a janela de seu quarto.
Eis que dizia a carta:
“Querido poste, o qual almejei ser,
não sabe o que é dor,
desconhece toda e qualquer forma de amor,
é inerente ao mundo,
é indiferente à vida,
vida que não tem...
Consciência inexistente não traz melancolia,
ser inanimado não se sente sozinho,
solidão é estado,
suicídio é tragédia,
Cravo este punhal em meu peito
em protesto as leis que regem a Terra"
Assim partiu aquela alma
tão triste
tão sofrida
ainda criança
e já desiludida.