OS MARIANOS EM PICOS
O nome da cidade vem da sua situação geográfica, por ser ladeada de montes. Nasceu às margens do rio Guaribas, na antiga fazenda Retiro do Curralinho de propriedade da família Borges Leal. Por possuir várzeas ao surgimento de pastagens nativas, atraiu criadores de gado das províncias de Pernambuco e Bahia. As terras férteis eram também utilizadas para produção de milho, arroz, feijão, mandioca...Quando era ainda um pequeno povoado, os vaqueiros construíram uma capela em homenagem a São José, denominado São José das Botas. A representação plástica do Santo se fazia com uma vestimenta de vaqueiro. Mais tarde, vendo que o espaço da capela tornara-se pequeno em relação ao número de fiéis, resolveram ampliá-la, dando-lhe a denominação de Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Este foi o primeiro templo religioso de Picos.
No século XVIII, os primeiros moradores fixaram suas residências entre as margens do Guaribas e o morro da Romana. Em 1754, o sertanista Borges Marinho edificou uma capela em homenagem a Nossa Senhora dos Remédios (hoje, Catedral), esta data é considerada como início da povoação.
O município picoense tem como principal característica a presença de serras e chapadas. Outrora grande produtora de cera de carnaúba, foi também expressiva no cultivo de alho, cebola e algodão. A partir dos anos 80, tornou-se grande produtora de caju e mel de abelha, entre outros... Seu ponto forte, porém, é o comércio atacadista, que abastece mais de sessenta municípios do Estado do Piauí.
Naqueles tempos, havia um costume que perdurou mais ou menos até 1980; as moças e rapazes, ao retornarem da missa das 19:00h, dirigiam-se à Praça Félix Pacheco, situada nas imediações da igreja. Andavam na calçada da praça, enquanto os rapazes se postavam nos bancos ou ficavam em pé, observando-as e flertando. Se houvesse reciprocidade da parte feminina, o rapaz a seguia e começava o namoro. Dali surgiram muitos noivados e casamentos.
Seu Antôioi sempre foi excessivamente cuidadoso e vigilante, a ponto de andar no interior da praça riscando fósforos nos casais de namorados, assustando-os com sua atitude incomum; por isso, passava vexame ao se deparar com pessoas estranhas.
- Desculpe, eu tenho as vistas curtas, pensei que fosse uma das minhas filhas!
LIMA,Adalberto; SOUSA,Neomísia. Saga dos Marianos