As meninas
Mariá, Magarete e Margarida se conheceram na faculdade e se tornaram amigas durante o curso de Economia Doméstica e passaram a frequentar a boemia da Veneza brasileira. Cada uma com seu estilo próprio; Mariá, a mais velha, caminhando para o caritó, se auto-denominava intelectualizada, sendo também muito atirada, Margarete, a do meio, poderia chamá-la a customizada, porque seus modelitos estavam sempre sendo reformados, neutra nas suas opiniões, se achava a mais sensata, Margarida, a caçula, "a separada" e destrambeilhada, porém muito religiosa, quase uma noviça, se não fosse seus impulsos. O trio, apesar de suas diferenças, estavam a procura de sua alma gêmea.
Após a faculdade, cada uma tomou seu rumo. E as primaveras de outrora não brotaram mais. A ausência de comunicação fizeram com que elas se distanciassem, passando a se encontrar apenas em ocasiões especiais, isso quando elas eram convocadas, exceto nas vezes em que Mariá forçava a barra para revê-las. Contudo, a falta de interesse de Magarete e Margarida fez com que Mariá abdicasse daquela amizade, que em tempo não muito remoto, foram unidas pelo companheirismo, confiança, respeito, tendências... e solidão.