AO NATURAL
Recaiu sobre si a culpa da humanidade na tarde quente daquela viagem. Um sol incendiando a relva das pastagens, morros e montanhas que passavam rapidamente pela janela, deixando para trás uma brisa assanhada em carícias, provocando volúpia, impregnando todo o ônibus com o sêmen da natureza exalado em suor, descendo por todo o corpo, como rio de água salgada, uma sede sem fim de tudo que pudesse refrescar o corpo e a alma.
Passiva, rendeu-se ao cansaço, despiu-se de conceitos, cerrou os olhos e...
Idalina de Carvalho.
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