Céu e Mar
No meio do verão uma chuva inesperada fez com que o céu de um azul ironicamente frio, ficasse coberto de nuvens cinzentas e macias.
Certo que um raio ou outro atravessava a imensidão celeste fazendo a noite parecer raivosa, e a voz do trovão se fazia ouvir discretamente, como se a noite fosse uma velha senhora com gases.
Marina, apesar do nome, vivia muito longe do mar para saber se ele dormia ou se entregava à orgia turbulenta da ressaca, mas pelos olhos verdes de Rodrigo ela advinhava que o mar devia ser muito lindo e perigoso.
- Ai, meu amor, não faz assim!
- Deixa, deixa!
- Não, que eu não sou gueixa.
- Ô mania desgraçada de rimar...você é doida.