O PODER DO REI E DO POETA

Marcos Barbosa

 

INTRODUÇÃO

Senhoras e Senhores! Neste livro é permitido tudo. Aqui o leitor tem licença poética, licença profética. Aqui o leitor pode derramar seus pensamentos e fazer sua catarse mental também.

Chamem cientistas, políticos e escritores. Chamem aqui o estudante... Derramem suas lágrimas, seus protestos e façam destas páginas o palanque que lhes foi negado. Usem o poder divino que lhes foi conferido.

Platão queria o poder nas mãos dos sábios, mas o povo não está preparado para aceita-los, eu queria o poder nas mãos dos estudantes, mas os estudantes também não sabem usa-lo. Agora resta-nos o poeta. Poeta sem muita sabedoria, sem ideologia, mas com filosofia. Todo verdadeiro poeta ama a sabedoria.

O reino das idéias está chegando.O poder das Idéias com nexo vai se exercendo sobre as desconexas. Jogue todas aqui nas páginas deste livro! Derrame... Esparrame... Espalhe... Plantemos idéias para que reproduzam boas ações e frutifiquem bons pensamentos. O livro é uma forma de exercício do poder interno do escritor.

CAPÍTULO ÚNICO

Primeiro veio o monstro controlador que virou assassino, depois veio o monstro devorador que antes era um bom menino. O controlador era tirano e cagou nas mãos que o enricaram. O devorador cuspiu no prato que comeu e vomitou no resto.

A grande cidade, ora em forma de Jardim, ora em forma de corpo humano, voltou a ser atacada pelos sete inimigos capitais. Um tirano chegou e apropriou-se de suas idéias e dos seus grandes projetos para o futuro.

O devorador com seus acólitos foram sugando a crença dos fiéis, destruindo hábitos saudáveis criado ao longo dos séculos, influenciando o comportamento dos príncipes, subvertendo a ordem, insuflando a desobediência nos príncipes. Uma vez solapada sorrateiramente a disciplina interna da família Real veio a desordem no corpo da cidade e o poder mental de Sua Majestade o Rei não conseguia mais controlar os braços e pernas de seus príncipes... Os súditos se afastaram.

A iluminação da cidade ficou triste, apagada, o Rei não dominava mais. Todo súdito gosta de REI FORTE. Rei fraco não pode e não deve ser servido. Assim pensam os súditos e é baseado nesta psicologia que o devorador age desmoralizando o Rei.

O Rei está morto!!! Viva o Rei!!! Gritavam os sete inimigos do Rei, ironicamente ao avistarem de longe as luzes de sua cidade apagadas. Cidade em forma de Jardim do Éden. A única cidade com arquitetura urbana em forma de corpo humano.

A sonegação de imposto enfraqueceu o reino. Abandonado pelos súditos e insultado pelos próprios príncipes, ainda restou a Sua Majestade os fiéis espiões que descobriram as intenções do inimigo. Um tirano queria se proclamar Imperador.

O que faria um imperador sem o repasse dos impostos dos Reis? Fraco, abatido, o Rei trocou seu próprio palácio por muita terra... Eram terras ricas de minerais e com áreas férteis adequadas para os seus planos de sobrevivência do Reinado.

Para negociar o palácio foi preciso que os últimos diplomatas fiéis ao Rei fizessem as pazes com um reino inimigo. O Rei sem palácio foi morar no Palácio da Rainha, onde a fiel Rainha reinava soberana. Sentiu-se invadida e queria mandar no Rei.

A Rainha o insultava dizendo:

— Você é muito fraco! Não cobra os impostos! Por que você não obriga o povo a pagar impostos? Por que você mesmo não limpa o seu gabinete? Por que não declara a guerra aos reinos que tomam seus vassalos?

A Rainha continuava provocando:

—Faça uma campanha de recrutamento! Nós precisamos de mais súditos e mais vassalos! Você é fraco! Você é mole! Nunca vi um Rei igual a você! Só falava com o Rei gritando...Perdeu totalmente o respeito pelo Rei.

O Rei do Jardim do Éden foi resignadamente tolerando os ataques para recuperar as suas forças morais e mentais. Dizia sempre para a impaciente Rainha: “Os súditos não pagam impostos porque são cobrados, mas porque amam o Rei".

"A guerra deve ser abolida como sistema de conquista. Devemos conquistar os corações com amor". Dizia sempre o Rei, acrescentando que serviçais, vassalos, súditos, riquezas, são acrescentados ao Reino de acordo com o merecimento de todos os nobres.

"O Rei deve ter autoridade sem ser autoritário, deve ser humilde sem nunca ser humilhado, deve zelar pela honra e ter um orgulho próprio sadio, sem ser arrogante e orgulhoso. O Rei deve usar sabiamente a força do poder e desprezar o poder da força".