Cinco contos minimalistas
-como é possível amar uma pessoa que ainda não conheço? Quando acaricio sua barriga eu sinto borboletas no estômago amor. Ela chuta, eu tenho vontade de chorar. –ela sente toda vez que você aproxima da minha barriga. Eu sei, ela fica mais agitada quando você esta por perto. Certamente também ama uma pessoa que nunca viu.
O radio ligado em horário político, todas aquelas cadeiras na sala. Copos de requeijão com restos de café sobre a mesa. E um segredo dentro do coração de Maria, dentro de um coração partido ela guardava a falta de Sebastião. Levaram o caixão pela manhã. O velório deixou bagunça e Sebastião deixou saudade. Ela ajeitou as duas cadeiras de balanço na varanda. Pegou seu cigarro de palha e tomou o resto de café.
Debruça sobre a escrivaninha, as idéias fogem. O lápis quebra e o papel amarelo não aceita mais tanta tristeza por um amor que já se foi.
Estirei-me na cama, abri as pernas e chamei Antonio. Queria algo rápido, que matasse minha fome do que João não fazia. Aproveitei sua ida ao boteco e senti o que já não lembrava mais que existia.
Toma uma florzinha, um beijo no canto da boca e meu coração. Agora promete que vai continuar me amando quando crescer seio, e que casa comigo quando a gente for grande.