O gol de ouro
Ele já havia assinado a súmula e só esperava que a bola parasse para entrar em campo, e tentar fazer um milagre. Era a grande final da Copa do Mundo, e o jogo já se encontrava no segundo tempo da prorrogação, fazendo valer o “gol de ouro”, para a equipe que conseguisse marcar.
Ele estava alucinado com a idéia de se tornar o grande herói de uma nação. E quando o juiz o liberou para entrar em campo, ele quase não cumprimentou o companheiro que saia.
Assim que pegou a bola, correu em direção ao gol. Faltavam apenas três minutos para o fim do jogo. Ele não podia parar. Correu como um louco, não olhou para mais ninguém, driblou um, dois, três e já estava em frente ao gol. O goleiro estava atônito parado a sua frente. Ele desviou para o lado e chutou. A bola entrou no ângulo. Ele saiu para comemorar, quando seus companheiros vieram ao seu encontro e o espancaram ali mesmo.
Enquanto apanhava pode ver os adversários comemorando a vitória e lhe agradecendo pelo “gol de ouro”.
Marcelo Bancalero
Menção Honrosa no livro Mágicas e tantos devaneios no III Prêmio Manoel Cerqueira Leite de Literatura em 2002