O Divã

Quando me deitei no divã, senti algo como dedos em nevoeiro; aquele toque que, em conluio com o silêncio, esconde os dissabores, as palavras não ditas, o amor incrédulo e o cansaço de existir. Um sorriso acanhado esgrimia contra os ossos cansados, ansiosos pela inércia. E, se a sessão demorasse, a psicanalista teria que lidar com a síncope do seu paciente.