cenas cotidianas 30

 

 

 

 

"Brindando à Amizade"

 

Os amigos fizeram mais um brinde com os copos gelados de cerveja trazidas pelo garçom.

Em um bar aconchegante e iluminado pelas luzes âmbar do entardecer, um grupo de amigos de longa data se reunia em torno de uma mesa de madeira desgastada, as risadas ecoando alegremente no ambiente embalado pelo burburinho animado dos frequentadores habituais. Copos gelados de cerveja repousavam sobre a superfície da mesa, testemunhas silenciosas de histórias compartilhadas e laços forjados no calor da amizade.

Ricardo, o contador de piadas inveterado, provocava gargalhadas estrondosas com suas histórias engraçadas e imitações hilárias, enquanto Ana, a ouvinte atenta e conselheira paciente, sorria com ternura para os amigos que tanto amava. João e Maria trocavam olhares cúmplices cheios de significados não ditos, compartilhando segredos antigos e promessas futuras em um elo indissolúvel de camaradagem e lealdade.

À medida que o tempo fluía suavemente como a cerveja derramada em copos brindando à amizade eterna, as conversas se tornavam mais íntimas e os corações se abriam em confissões sinceras e suspiros nostálgicos. Lembranças de tempos passados ressurgiam como fantasmas benevolentes, envolvendo o grupo de amigos em uma redoma de calor humano e compreensão mútua.

Enquanto os garçons circulavam entre as mesas ocupadas, reabastecendo os copos vazios e colecionando sorrisos gratos, os amigos na mesa central brindavam à vida, ao amor e à amizade que os unia como uma família escolhida, não pelo sangue, mas pelo afeto sincero e pela aceitação incondicional.

Ricardo estava muito ébrio  quando tentou acariciar o rosto de Ana e derrubou o copo no chão.  Por um momento silenciaram-se , cada um com a consciência tomada de histórias de dores e superações.  

  O som do vidro quebrando ecoou pelo ambiente, cortando a conversa.

Todos na mesa olharam para o chão, surpresos. Ricardo ficou paralisado por um instante, seu coração acelerando. 

O garçom logo veio recolher os cacos no chão.

A cena ao redor começou a se desfocar; os risos e conversas pareciam distante. Ricardo se lembrou das vezes em que deixara cair outras coisas na vida – oportunidades, relacionamentos e sonhos. A fragilidade daquelas pequenas peças de vidro o fez refletir sobre como tudo pode se quebrar em um instante, mas que também havia beleza na imperfeição.

Ao olhar para os cacos no chão, todos  perceberam que a vida era assim: cheia de momentos inesperados e fragilidades. E mesmo que algo se quebrasse, sempre haveria uma chance de recomeçar.  Os amigos voltaram a rir e brindando novamente, sem perceber o que tinha acontecido.

Um sorriso brotou  no rosto de Ricardo. Ele entendeu que a vida não era apenas sobre as conquistas ou as perdas, mas sobre estar presente em cada momento – mesmo aqueles que parecem triviais. Era sobre a conexão com as pessoas ao seu redor e o valor das pequenas coisas.

E assim, sob o teto acolhedor do bar iluminado pelas estrelas que despontavam no céu noturno como faróis distantes de esperança e renovação, os amigos brindaram à noite que se estendia diante deles como uma tela em branco pronta para ser pintada com memórias preciosas que perdurariam para sempre em seus corações unidos pela magia da verdadeira amizade e das adversidades da vida.

 

 

Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 06/08/2024
Código do texto: T8123117
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