- cenas cotidianas 21
"Entre Destinos e a Solidão"
Sofia correu para alcançar o ônibus que parou distante. Subiu e pagou a passagem seus olhos ardiam de tanto chorar
No interior de um ônibus que cortava a cidade ao anoitecer, seguia Sofia. Uma mulher de olhar sereno, envolta em um manto de solidão que a acompanhava como uma sombra fiel. Seus olhos perdidos no horizonte, refletiam a melancolia de quem carrega histórias não contadas e sonhos adormecidos.Na desceu mais nenhuma lágrima de seus olhos .
Sofia escolheu o assento mais distante, próximo à janela, onde podia observar as luzes da cidade dançando ao ritmo do movimento do ônibus. O barulho dos pneus contra o asfalto criava uma trilha sonora monótona para os pensamentos que ecoavam em sua mente inquieta.
Enquanto os passageiros ao redor conversavam e riam, Sofia permanecia em seu próprio mundo silencioso, onde a solidão era sua única companheira. Ela se tornara mestra em esconder suas emoções por trás de um semblante impassível, protegendo-se do mundo exterior que parecia tão distante e indiferente.
A cada parada do ônibus, novos rostos entravam e saíam, mas nenhum deles parecia notar a presença discreta de Sofia no canto solitário. Ela era como uma espectadora da vida alheia, observando as interações efêmeras entre estranhos enquanto ela mesma permanecia à margem, invisível aos olhos apressados dos demais.
Mas em meio à solidão que a envolvia como um manto gélido, Sofia encontrava pequenos momentos de beleza e paz. O balanço suave do ônibus se tornava quase reconfortante, embalando seus pensamentos em uma melodia silenciosa que só ela podia ouvir.
E assim, entre destinos desconhecidos e rostos fugazes, Sofia aprendeu a abraçar sua solidão como parte de quem ela era. Naquele ônibus que cruzava a cidade sob o manto da noite, ela descobriu a beleza da introspecção e a força que residia em sua própria companhia.Nao sofreria mais por quem não a merecesse.