Pretérito imperfeito
Estava envolto em um vapor opaco de manquejadas certezas. Enredado em suas tramas débeis, escoradas sobre canelas porosas, amargava uma conversão imbuída de todos os mais ignorantes esclarecimentos que uma alma ungida pela soberana criançola era capaz de garantir.
Fazia disto um acetábulo onde encaixava o coco liso e, assim, escorregadio de sentimentos que garantia, em sua douta estultícia, dominar como só um autocrata imerso na sua mais convencida ologofrenia sabe.
Paixões consumidas pelo apetite abissal das que, por suas mais figadais naturezas, não podiam ser atendidas naquilo que exigiam com a fúria de um caudilho orwelliano. Vísceras a gritar por regozijos sem os freios que lhos sustentam a existência, numa contradição totalitária das satisfações do deleite.
Avançava à aresta do trágico, nítido se fazia. Célere à bancarrota da existência e ao termo da vida que lhe cheirava a fumo molhado e tinha gosto, já, de matéria rançosa. Mas, olhe que drama!, não era o fim das pulsões que garantiam meu trôpego continuar no mundo mundinho patético sem, ao menos, a paixão da etmologia que a atualidade arrancou da palavra.
Até que ela, você, resolveu tropeçar em meu destino. Ou eu, na sua fatalidade. Que importa? Sim, muito! Afinal é, então, só então, que o ontem acelerou seu epílogo de maneira tão cabal e insofismável que, era de se jurar aos deuses que por serem piadas nascidas de nossas cloacas de insegurança garantem sua realidade, nunca mais, mas é um nunca com a virtude de um nó górdio sem Alexandre para desfazê-lo, vou te contar, tudo o que foi antes de você, mon coeur, pérenne et éternel amour, esvaiu-se nas volutas intocáveis do passado.
Hoje você é o imperativo categórico que dá norte, e oriente, aos meus quereres e assina as promissórias de minhas vontades, alçando aos seus píncaros, à condição que me faz por em curso o esperar daquela esperança denunciada como a única capaz de mover uma alma. Que cláusula? Meu amor por você.