A percepção.
Sua paz, puríssima. Parada, frente a mim, mas bem distante. Se lhe ocorre o conforto perpétuo — e isso conhece desde o nascimento, jamais tendo passado pelo mínimo do mal da plebe —, tomo-lhe por uma imagem. Não declaro nada, porém, meu ser é um silêncio, e o meu sentimento a ti é quase a de um pecador miserável diante da divindade. Visa sua direita, onde algo acontece, em nenhum momento desviei meus olhos. Será amor ou admiração? Abismo? Cheguei ao meu erro, afinal? E você revolve o olhar a mim, e mais uma vez observo seu rosto em plenitude, com o leve rugar abaixo dos olhos. Minha falha, meu esgoto: fiz-me lixo para te fazer superior. Eis o subsolo, eis minha salvação. E como é capaz de manter esse sorriso fechado, pacífico e carinhoso, ante minha catarse?