Cuidado

Cuidado com as ilusões mocinha. Cuidado, muito cuidado, com o que te dizem, cuidado com o que guarda do que te dizem. Máximo cuidado porque, mocinha, nem sempre o que agrada ao espírito ou aos ouvidos, são palavras amigas. Muitas vezes, sem que percebamos, nos deixamos ser conduzidos por palavras, ou "conselhos", que achamos amigas; pura ingenuidade, pois, quase sempre, nos foge a razão quando nos encontramos vulneráveis. É nesse espaço, nem intervalo de razão e atribulação, que os aproveitadores exercem seu ofício; manipular.

Então, mocinha, não deixe de fazer o que, por insegurança, deixa de dar seguimento. Assim, nesse falso dilema, tentar ou recuar, você se enclausura numa, quase insana, decisão: escutar quem lhe parece amiga. E, muitas vezes, por escutar, e por escutar deixa de seguir o que tem em mente. Ao longo do tempo, a vida se perde em frustrações que viram feridas mal curadas.

Dito isso, o velho, sem se despedir, levantou e desceu no próximo ponto. A mocinha apenas acenou um tchau para o avô que acendia seu cachimbo