As pestes - Prelúdio para O Sapo Equilibrista

Soturna cantava a natureza, apesar de aconchegante - próprio dos ranchos, pântanos. Grama misturada com musgo, além do flúvio serpentino - tinha uma ponte de madeira para passar. O solo, também, era dificultoso: lá no meinho ficavam as casas, e circundam colininhas o lugar, ornadas com algumas árvores de escuro tronco, mas sem verde nos galhos, secas. As pessoas? Nada de especial, eram plácidos, desinteressados. A calmaria constante, da casa aos caminhos, causava confiança à quietude cotidiana. E todo mundo assim vivia: na tranquilidade de nenhum transtorno. Ah, mas viver assim parece muito cômodo, algo se incomoda no ar e o mundo conspira para dar algum trabalho. De quando em vez surgiam umas moscas. Ah, moscas! Detestáveis. Apareciam várias, horrendas, varejeiras, mutucas; toda sorte de imundícies. Infestavam as casas, os cantos. É nessas horas que, muito além do pântano, as rãs e sapos parecem amáveis.

O conto: https://www.recantodasletras.com.br/contosdeterror/7732046

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 30/03/2023
Código do texto: T7752609
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.