Euforia

Foi naquela manhã luminosa que recebeu a notícia, uma notícia que já cansara de esperar. Vinha da editora a mensagem que lhe falava ao coração: seu livro havia sido aceito!

Tentou tomar o seu café como costumava tomar, mas havia um entusiasmo, uma espécie de excitação que o deixava bastante estabanado, derramou o líquido na mesa, quase queimou o dedo. Mas, o seu livro seria editado, e as palavras lhe faltavam para expressar o significado que atribuía àquela notícia inesperada. Ligou para a irmã, para um amigo do peito, para os que realmente importavam.

Precisava sair, espairecer pela cidade, frequentar o barzinho, precisava… Ao passar pela entrada do condomínio, examinou a caixa de correspondência, encontrou um envelope. Abriu, leu, teve de reler. Não havia dúvida, a mensagem era para ele: ordem de despejo!