APENAS UM DIA
Era apenas mais um dia qualquer da semana, saindo pela porta de um pequeno e velho prédio, que está quase sendo esmagado pelos colossais edifícios que refletem esplendor e beleza, daquele insignificante lugar saia um homem que parecia cansado ao fim do expediente de trabalho.
Ele não se destacava, era apenas mais uma pessoa perdida entre tantas outras que também deixaram seus empregos. Caminhando ele olhava para o seu smartphone de forma que parecia esperar por algo, que não chegava. Enquanto isso percorria as ruas da cidade em direção ao ponto de ônibus.
Chegando ao ponto de espera, o homem se posiciona em uma fila para embarcar, quieto observava as pessoas ao seu redor, que assim como ele os demais pareciam apenas cansados. Com alguns minutos de espera pode embarcar em veículo apertado, onde era impossível não tocar e ser tocado por alguém.
Enquanto o ônibus segue seu caminho ele continua a observar as pessoas ao seu lado, os pedestres e os prédios que passavam rápido pelo seu campo de visão. E sempre quando conseguia movimentar-se voltava a olhar para o celular.
Finalmente o ônibus desacelera e cessa, o homem desce e começa a caminhar. Logo chega a uma casa pequena, porém muito bela possuía uma pintura em tons de azul e um jardim a frente que a deixa com ar aconchegante. Ele adentra imóvel, tira o seu casaco logo na entrada e logo após acende a luz.
Quando a luz ilumina o ambiente aquele dia monótono ganha novos sentimentos e sensações. A sua frente o homem contemplou uma existência, o ambiente que a pouco podia se dizer neutro se torna gélido, a presença a sua frente não podia ser descrita, nada antes visto em seu cotidiano e pesadelos se parecia com aquilo.
O homem caiu no chão, além do frio nada mais era sentido, se era um deus, demônio ou qualquer outra coisa, a presença daquele homem não significava nada, a criatura não estava atacando ou tentado se comunicar, o ser a sua frente não fazia nada, apenas estava lá, como se aquele lugar sempre tivesse sido seu.
Aos poucos a própria realidade parece começar a desfazer, como se um desenho estivesse sendo apagado, o tempo, o espaço e as coisas começam a sumir. Logo resta o homem, a existência e a sensação de frio, que aos poucos também começava a desaparecer.
Agora eram apenas os dois ali, o homem procurava por forças conseguindo assim mover os seus braços como se quisesse alcançar a existência. Mas nada aconteceu, ao pouco o homem percebe que a sua frente estava o vazio, o nada para onde tudo que existe converge, que de alguma forma era tão familiar.