Uma vida curta
O rapaz gozava de boa aparência, abonado, requintado, e possuía os mais belos olhos verdes-esmeralda de toda a juventude local.
Bebia tanto que aos vinte e oito anos fraturou a coluna em um acidente de trânsito. Estava cadeirante, e usou um luto que não lhe cabia em toda a existência.
Encontrou, na ironia da vida amargurada, uma bela mulher, que logo fez-se a companheira dos entorpecentes.
Mais dois anos e a casa virou fogo. Marília tentou, na sua pequenice, remover a cadeira, mas emperrou no assoalho apodrecido por cupins. Abandonou-o às chamas, antes que também lhe rendesse a morte.