O REI DA RIMA

Era uma vez um rei chato, desses bem impertinentes, amava fazer repentes, achava o maior barato. Certo dia deu-se um fato um tanto quanto esquisito: quis e baxou um edito pondo o reino em polvorosa. Chamou a escrivã, Dona Rosa, e foi ditando o bendito:

— A quem possa interessar, fica de hoje pra diante, todo súdito falante morador deste lugar, na hora em que for falar, conversar, ou escrever, terá que em tal proceder, do menor vassalo ao nobre, fazer rima rica, ou pobre, sob pena de morrer.

Diferente do esperado, a coisa degringolou e, o próprio Chattus notou que o reino andava calado. Nunca antes num reinado, reinou tão grande silêncio. Disse ao Ministro Inocêncio:

— Convoque meu ministério! Vou desvendar o mistério, ou não sou Chattus Jumêncio!

Reunido aos pés do trono, o ministério tremia, pois todo mundo sabia da firmeza do patrono, viraram a noite sem sono e coube ao Primeiro Ministro, que trouxe escrito o registro:

— Meu rei o edito é perverso! Nem todo mundo faz verso, nem quer destino sinistro.

O rei deu um sorrisão e disse:

— Mas é tão fácil: chegue pra cá Lorde Inácio, chegue mais perto, Seo João, pegue aqui na minha mão. Maria e Zé, meus amados, segurem aqui nos meus lados!

Foi quando espantou geral: Raimunda e Dom Nicolau fugiram desesperados...

#microcontofatimaflorentino

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Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 28/04/2021
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