o franco atirador

da janela do quinto andar, césar observava a garota a serviço na esquina. saia jeans curta, pernas torneadas e um jeito esguio de se portar, tendo sempre um cigarro anexo as falanges. ela somente embarcava em carros importados, tinha muitos clientes e ja era um passatempo assisti-la em seus compromissos.

um dia um marginal acertou-a com um tapa no rosto, jogou seu corpo frágil contra a calçada dura. ela, assustada, não revidou. ficou sem bolsa, chicletes, preservativo e dinheiro. somente lhe restaram o aborrecimento e palavras amargas.

da janela, apertando os dentes com raiva, césar pensou, desde quando deixamos de estar em guerra? imaginou um tiro saido do indicador enquanto assistia a fulga daquele covarde, olhou mais uma vez o por do sol e foi na geladeira buscar uma cerveja.

Den
Enviado por Den em 29/10/2007
Reeditado em 29/10/2007
Código do texto: T714637