Céu

Metade de um dia. O céu chora.

As árvores se contorcem; de dor?

Um grito ecoa do alto... Dá medo.

Telhados lavados, cômodos fechados

abafando barulho dos telhados trincados

O choro cessa, o grito não.

Pela fresta da janela dá pra ver

é dia, mas insiste em escurecer

Na escuridão do lado de dentro

um aconchego entrelaçado ao medo

No tic-tac do relógio um pedido: "passa?"

Passou.

O céu sorriu. Silenciou.

Lá fora, prosas de passarinhos no quintal,

mistérios; e vestígios de um temporal.

Prirrodiel
Enviado por Prirrodiel em 06/10/2020
Reeditado em 04/11/2021
Código do texto: T7081275
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