Céu
Metade de um dia. O céu chora.
As árvores se contorcem; de dor?
Um grito ecoa do alto... Dá medo.
Telhados lavados, cômodos fechados
abafando barulho dos telhados trincados
O choro cessa, o grito não.
Pela fresta da janela dá pra ver
é dia, mas insiste em escurecer
Na escuridão do lado de dentro
um aconchego entrelaçado ao medo
No tic-tac do relógio um pedido: "passa?"
Passou.
O céu sorriu. Silenciou.
Lá fora, prosas de passarinhos no quintal,
mistérios; e vestígios de um temporal.