O DIA EM QUE MANDEI MATAR LUIZ BILU
Eu morria de inveja desse cara, esse cara que diariamente frequentava meu espelho, minha cama, e minhas ambições. Esse cara ridículo que tanto se aproveitava de minhas conquistas, de minhas tragédias, e de minhas transgressões. Luiz Bilu era um parasita miserável da minha miserável existência , ele era melhor do que eu em tudo, como humano, como galanteador, como ladrão de calota de fuscas, como moedor de cana, como guitarrista e apesar de ser um idiota, era inclusive mais idiota do que eu. Para piorar, tocava na melhor banda de Itatiba: Lost City Bums. Mas seus dias de glória estavam precisamente contados.
Certo dia, tomado pela ira, pesquisei no Google o maior matador de aluguel que existia na galáxia. Entrei em contato com ele, e negociei meu próprio assassinato. Foi assim que dei a ele as características do meu desafeto, o qual gostaria de assassinar: um baixinho barbudo metido a besta e que se acha demais, vai tocar com a sua banda (A melhor banda da cidade) no dia tal, no lugar tal, e depois do fim da apresentação, siga-o e faça o serviço.
Aguado o fim da pandemia para o ato se concretizar.