O pescador
A matéria se ergue imperiosa mas num sopro,como a onda se quebra, a existência se esvai.
Sob um céu claro e um mar escuro.Um homem pegou seu barco e fora desbravar as veredas: da maré, a marola até o mar, desconhecido como uma parte dele também o era .Tinha tanto medo do mar,das criaturas que habitavam as suas mais profundas entranhas, o mar aquela imensidão o assustava e o chamava, seguiu.. o vento que lhe soprava os cabelos .
Ele e o barco resistiam em existir contra a força que nos empurra para baixo, foi vendo o trajeto no balançar do desequilíbrio, o lapidar que o vento vai dando as pedras suas diferentes formas.
O mar se enegreceu com a sombra de ambos que se projetou sob suas águas.
Sentiu a força puxá-lo para o fundo do mar, girou desequilibrado, caiu , soltou as redes ,subiu, num segundo flutuou em equilíbrio, num segundo também se vai o ser. Puxou as redes e sentiu o peso ao puxar seu corpo morto do mar.
A sombra do medo da morte se projeta sobre o mar, as ondas dançam tentando abraçar o céu.
E na marola voltou para casa.