A intensidade do poder de viver
Família numerosa, umas vinte pessoas todos sentados numa mesa na hora da refeição, seu Orlando dona Zefa, interessante casal com seus seis filhos, noras, genros e netos reunidos na mesa farta. esse casal seguiam religião diferente, Orlando era evangélico e Zefa católica, todos dois eram praticantes, isto é seguiam suas convicções pra valer. Entretanto, entre os dois nenhum desentendimento acontecia nos longos anos de casados, é lógico se numa conversa surgisse sérios desentendimentos os dois optavam para a aceitação do outro como ele é, sim gostavam de frisar que eles eram cristãos.
As divisões também existiam entre os familiares, pela lógica deveria mesmo ter por causa das diferenças religiosas do casal, eram cristãos sim, mas de uma certa forma havia a separação de convicções. Então na família alguns eram evangélicos, católicos, espíritas e até da religião judaica.
O ser humano é um ser polêmico, às vezes nas discussões geram desentendimentos, mas se observar bem, ninguém é dono da verdade, ainda mais quando se refere ao espiritual.
Na mesa na hora em que a conversa estava animada entre risos, piadas, diversos tipos de brincadeiras saudáveis que acontece nas famílias, surgiu o assunto do nosso Papa, sobre o desentendimento com a peregrina, entre risos o que começou a discussão falou assim:
--- Sua Santidade!... Os católicos tem que conscientizar que não é por ser o homem Papa, que ele é santo, deu uma escorregada feia o Pontífice!
Aí ferveu o debate, cada um quis mandar ver os podres do outro:
--- e aí, você não viu as diversas escorregadas daquele líder de sua religião? Foi mais feia do que a do Papa Francisco.
Naquela conversa toda, um punhado de líderes religiosos ficaram com as orelhas pegando fogo, porque se dependesse dos opositores iam todos para a fogueira. Dona Zefa, a grande líder daquela família começou dando sua opinião:
--- escuta, meus filhos, todos nós erramos, estamos sujeitos a fazer qualquer besteira, não existe ser humano perfeito, deve existir uma aceitação do outro como ele é, só se ele for intrinsicamente mau, mesmo assim devemos ser contra a maldade mas não contra o indivíduo que está preso nesse mal. Creio eu quando no Livro Sagrado diz para não julgar, está definindo que o ser humano é indigno de julgar o seu semelhante. Depois de breve silêncio, segundos parecendo séculos, senhor Orlando, outro líder nato da família fez também uma breve observação:
--- sim, pessoal, o que minha esposa falou eu assino embaixo. O ser humano está sujeito a deslizar a qualquer momento, o errado é permanecer no erro. O não julgar consiste em aceitar o outro com suas convicções, porque naquilo que acredita muitas vezes se for obrigado a uma mudança drástica, sua mente pode sofrer terríveis consequências. Lutar sim, contra a maldade humana, por exemplo se não houvesse uma firme vontade de combater o nazismo a humanidade sofreria indevidamente.
Naquela miscigenação de ideias e atos contra os próprios humanos, Orlando e Zefa, mesmo com suas convicções algumas vezes contrárias fizeram com que abrandassem os ânimos.