Expectativa
Ele se escorou na porta, olhou para dentro, esperou. Será que agora, depois de tantos anos, seria possível o encontro? Ouvia falas quebradas, vindas do fundo da casa. Ele poderia ter entrado, sentado, estaria mais cômodo, se sentiria mais relaxado, talvez. Mas não, havia pressa, havia ansiedade em seu coração. Desde o momento em que ela dissera que voltaria à cidade, ele de certa maneira flutuava. E assim, entre o aperto no peito e a cabeça nas nuvens, esperou-a. Procurou colocar ordem nas coisas: agora, ambos eram livres para tomar as decisões que quisessem. E, então, ela surgiu. O sorriso aberto de sempre envolveu-o. Anos de ausência recuperados num abraço. Sentiu-se em paz.