A DOR AGUDA DA ALMA

Ela não aguentara mais seus olhos de pranto, a dor a lhe consumir, e todas as incertezas.

Habitara um quarto escuro há muitos anos , paredes tom cinza

E ,na horizontal, quase sempre permanecera

O pouco de tudo a incomodara.

Quase não tivera forças para falar, olhava o Céu e a Terra.

Aos transeuntes do chão sujo

Vira-os como pequenas criaturas inanimadas, nada mais.

Seus olhos fixaram-se no caminho da alma

E, no tempo de hoje, mergulhara no profundo abismo do autoconhecimento.

Olhara os objetos e procurava neles vida, respostas que nenhum vivente as dera.

Os anos passaram-se e com eles, sua indulgência.

Muitas marcas deixara no caminho que com insistência olhara.

Sua viagem no tempo recordara sua infância, entre sorrisos e um olhar triste, isso era evidente.

Vira as horas passarem e, inerte ficara nas ruas de amargor e insatisfação

Nem a melhor amiga , julgara ter uma, a pode defender de si, vira imagens sobrenaturais, ouvia vozes, e se refugiava no seu pequeno mundo frágil

O tempo, sempre o mestre , a conduzira e ensinara grandes lições com aroma das flores mortas dos cemitérios, muitas dores.

Perguntara ao invisível: "Por que é aguda a dor da alma , e penetrante como a arma branca"?

Até hoje não tivera a resposta, segue com suas instalações desinstaladas, seu mesmo olhar, sua mesma voz fraca, seu desespero, seu mar de tristeza.

Pensara que poderia sofrer de depressão, perguntava ao seu deus sem voz, não ao Deus das respostas.

Despedira-se de mais um dia, mais uma porta fechada, as janelas trancadas, a involução.

E, na mesma rua de anos atrás, mantivera-se fiel ao quadro que venerava como a sua mais bela obra de "arte".

Só se fora a de Dante!

Patrícia Pinna
Enviado por Patrícia Pinna em 19/10/2018
Reeditado em 21/10/2018
Código do texto: T6480589
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