A Máscara dos Dias
Ele não sabia o que era aquilo que lhe apertava o pescoço e o fazia sentir a fragilidade inerme do abandonado... tantas expectativas frustradas... tantas lágrimas buscando conclusões e achando apenas o desconhecimento do porquê de ter que sofrer e estar além... Era doloroso admitir que era ele mesmo quem se torturava com o açoite da fraqueza, não merecera a confiança que alguém havia depositado em suas palavras e ações... ele se olhava e não sabia o que via...
“Talvez minha agonia passe quando me render à corrente do eterno... acho que insistir é me persuadir a acreditar ser confiante quando por dentro estou estilhaçado... consumido... Quisera eu não ter conhecido o que senti...”, ele pensava.
“Amor ou dor?”
Seta que perfura...
Muitos dizem que vem como flecha, para ele foi com um sorriso... e tudo havia mudado até o presente de tudo... a distância... incerteza... fruto que havia sido plantado com as sementes das pequenas falhas amontoadas sobre todas as palavras quebradas. Rompido estava o selo que tornava tudo único e inabalável... o castelo balançava sobre o pântano da mágoa infligida em quem por inteiro o amara... ele sabia que perdia o tesouro que lhe fora permitido buscar... encontrar e...
... descobrir a luz... viver pelo outro... perceber que sem amor... mascara-se o choro...
“Não sei o que faço... isso é só embaraço... o que refaço, é meu próprio passo...”, ele pensava, e acreditava...
O amor é um laço? Ou a dor?
Se olhando no espelho, ele desconhecia a própria face... mas enxugava as lágrimas... tudo é só fase...