A avenida

Duplo fluxo, duplo sentido

Uma só direção...

Luzes que desenham no ar

Os riscos coloridos na fotografia

Gente de todo lado indo e vindo

Outras tantas nas transversais...

A noite alí é um recorte de um circo

Fascínio do menino no sexto andar...

O burburinho vai aos poucos minguando,

Lua alta e agora, a noite ruidosa

deu lugar ao sereno da madrugada.

Entre o sono e a vigília, o menino está a dormitar.

Risos de transeuntes ao longe...

Devem ter saído de algum bar!

A sonolência traz um lampejo de sonho:

Buzinas, o malabares no farol...

Juliana no banco da escola...

De repente alguma coisa cái no chão do apartamento de cima e, desperto do sonho fugaz, o menino volta a ouvir o som da avenida...

Um carro, talvez dois...

A tampa de ferro no chão faz um barulho diferente quando o ônibus para no ponto...

As pálpebras pesam... Juliana brinca de roda, os malabares... Amanhã tem prova de história....Cabral e suas treze naus.

O despertador toca, são seis horas

O sol entra pela janela, dona Ruth grita:

- É hora de ir para escola!

Cláudia Machado

9/5/18

Cláudia Machado
Enviado por Cláudia Machado em 10/05/2018
Reeditado em 10/05/2018
Código do texto: T6332190
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