ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE
A vida fez dele um homem rude. Entre morrer e matar, escolheu a segunda opção como ofício. Um dia recebeu a curiosa missão de por fim à vida de uma mulher solitária. Nada estranho se o mandante não fosse a própria vítima.
A mulher tão triste quanto bonita, desiludida de amor, decidiu fazer o que melhor fazia; tomar decisões. Contratou os serviços do matador na condição dele só a conhecer no dia marcado. E durante aquele ano pôs a vida em ordem. Viajou, comeu e gozou de todo prazer um bocado. Sentia - se disposta, até feliz. Ele, por sua vez, treinava um jeito mais "orgânico" de fazer a vida findar. Certo dia, tomado pela curiosidade, pesquisou sobre sua vítima. Foi quando se deparou com um anjo sem igual. Seu coração disparou.
A incerteza sobre o serviço o dominou por completo, no mesmo tempo em que ela ousava de novo acreditar. Não sabendo o que fazer, ela fugiu. No dia marcado não apareceu para morrer. Mal sabia que em seu encalço a vida seguia. O seu matador vigiava sua fuga na esperança de um dia viver a seu lado o
"até que a morte os separe"