Uma lagarta...
Uma lagarta gorda listrada de cores berrantes, amarela
e verde, caminhava lentamente ao lado de uma cerca de
arame farpado, uma longa cerca que protegia uma plantação
de amoreiras de invasão de humanos.
A lagarta continuava sua jornada ao lado da cerca, quando um
garça branca aparecendo do nada, também começa caminhar
ao lado da lagarta, e muito curiosa começa uma conversa:-
- Você não gosta de folhas de amoreira?
- Adoro, estou salivando aqui vendo tantas folhas dentro
do cercado.
- Então vira para sua esquerda entra no terreno e delicie-se.
- Não não posso seria uma invasão, vou entrar pelo portão
ali na frente.
- Ali na frente imagina! São uns cinquenta metros e até você
chegar lá já virou uma borboleta, e pelas suas cores uma
linda borboleta.
- Que nada, é rapidinho e correto, entro pelo portão e pronto,
como até ficar cansada.
- Pelo jeito você é muito teimosa, nem os humanos são tão
corretos assim, se fosse um humano já pulava a cerca e
levava a árvore inteira.
- Mas eu não, sou um símbolo de paz e harmonia quando
borboleta, uma beleza ímpar.
- E pelo jeito metida também! E você não vê que pode
comprometer seu futuro caminhando até o portão, ser
pisada por um animal, ou até por um humano, ou ser
comida por um predador?
- Não vejo desta forma, vou agir corretamente, entrarei
pelo portão sã e salva me alimentarei e esperarei minha
metamorfose e voarei livre de cabeça erguida, com a
consciência tranquila de dever cumprido.
A lagarta mal terminou sua fala, a garça engoliu a lagarta!