A ilha parece sorrir nos azuis lenções do mar. Morgana se põe a comtemplar o  céu rendado de nuvens,  que chegam e se vão, carregadas de algodão e nenhum pingo de água.  Sorrindo a onda quebra branda, no limite que o Criador impôs aos mares. Chega. Depois  recua. Deixa quase deixa nua a banhista displicente. De repente, ela desfaz,  as longas tranças da loira. E se vai.
A chuva que não veio, fechava o cículo das águas do verão de verão de 2006.
A Praia da Ponta era um paraíso...
 — Morgana!
— Bob!...
— Há quanto tempo não ouço alguém me chamar por este apelido!
— Incomoda-se?
— Não, de maneira alguma! Gosto muito, faz-me lembrar o Rio de Janeiro, principalmente, os tempos de colegial no Marista.
Abraçaram-se cordialmente e o beijo que se dão os cavalheiros e as damas saiu sem  prumo e escorregou no canto da boca de Morgana.
Ele ficou vermelho. Ela tremeu. E sorriu. Passado o impulso do incidente, Bob disse: “Acidentes acontecem.”

Abraçaram-se cordialmente e o beijo que se dão os cavalheiros e as damas saiu sem  prumo e escorregou no canto da boca de Morgana. 
Ele ficou vermelho. Ela tremeu. E sorriu. Passado o impulso do incidente, Bob disse: “Acidentes acontecem.” 
O resto foi sol e mar. Praia, areia na pele, pele na areia, pés na areia, areia entre os dedos... Robert   enfiava os pés na areia, Morgana também. E os pés se encontravam,  sem serem vistos, protegidos por grossa camada de fina areia.  
*** 

Adalberto Lima, trecho de "Estrela que o vento soprou." 
Enviado por Adalberto Lima em 13/03/2018