Suicídio, covardia ou desilusão?
Um senhor chamado José do Povo dentre tantos.
Depois de uma longa espera, o dia agendado da sua
aposentadoria chegou.
Marcado para 11:45 o senhor José chegou meia hora antes
pegou sua senha e aguardou o chamado, senha 324 anunciou
no painel, era a sua. Com todos os documentos pedidos em
mãos entregou ao servidor público, um jovem malhado com
tatuagens amostra e de bermuda. O senhor José muito
ansioso aguardava o deferimento que pelo seus cálculos
tudo estava em ordem, 65 anos e 180 contribuições por
idade. O servidor público calculando o processo e juntamente
atendia seu celular enviando mensagens e conversando com
dois colegas.
- Senhor José ainda faltam 27 contribuições o senhor volta
aqui em outubro de 2020.
O senhor José ficou pasmo, sem palavras, era sua esperança,
a sua dignidade em jogo a aposentadoria.
Pegou seus documentos o fatídico processo e saiu do prédio.
Andando desnorteado sem perspectivas ao transpor o
viaduto de retorno a sua casa, não pensou duas vezes se
atirou de encontro a morte.
A trágica comédia.
Foi descoberto pouco tempo depois que o servidor público
não considerou na contagem uma firma registrada na
carteira de trabalho do senhor José, errou grosseiramente
o tempo de contribuições estava correto, ele já tinha seu
direito adquirido conquistado, idade, contribuições e seu
salário mínimo. O servidor continua trabalhando...