O Som da Noite da Felicidade,em 936 Hertz
Era o dia do samba. O3.12.2017( um dia mais de baixaria entre as mulheres e do consumo de drogas entre os homens jovens,do que samba nos pés) .Trios elétricos estavam dispostos no largo do Campo Grande ( é mais conhecido assim),contudo,na verdade é,de forma oficial, a Praça 2 de Julho.Uma criação que se fez no governo do presidente da Bahia(em 1872) para homenagear a grande revolta política popular-uma luta regada à sangue em busca da liberdade do povo do Brasil.Assim foi que começou a grande movimentação,que resultou no Grito do Ypiranga,onde D.Pedro I montado em um majestoso cavalo branco bradou:"Independência ,ou morte."Evento este retratado,de forma estética bela num quadro de Pedro Américo.
O Monumento ao 2 de Julho no Largo do Campo Grande, foi inaugurado em 1895, nas comemorações dessa data, 23 anos depois foram feitos os estudos para esta execução.Resultou numa bela obra de arte-que precisa ser preservada,pois, ali retrata a liberdade de um povo-não foi um exército que libertou uma nação,foram negros,mamelucos,cafuzos,sararás,pardos e índios.
A estética escolhida foi a neoclássica, é considerado um dos mais belos monumentos já construídos na América. Foi esculpida, na Itália, em bronze, ferro fundido e mármore de Carrara,extremada nobreza e luxo.
O Recôncavo Baiano foi o cenário da Guerra de Independência do Brasil. Uma avaliação criteriosa revela que, vencendo na Bahia, os portugueses dominariam o resto do Brasil. O 2 de Julho, revelou que o exército brasileiro desfilando vitorioso em Salvador, foi um dia decisivo para a Independência do Brasil.E, assim o foi-mas temos que agradecer o povo.
A história desse magnífico monumento começou em 1872, quando o Presidente da Bahia nomeou, por ato de 31 de outubro daquele ano, uma comissão, presidida pelo Barão de Cotegipe, para dirigir os trabalhos para sua execução. A presidência dessa comissão foi assumida depois por Manoel Victorino, que foi senador e vice-presidente da República. Teve a participação do Governo da Província, da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal.
Foi esculpido na Itália, pelo artista italiano Carlo Nicoliy Manfredi, vice-cônsul do Brasil, em Carrara. Outros artistas italianos também colaboraram. A montagem coube ao engenheiro Antonio Augusto Machado.
No topo, a escultura de um caboclo, com 4,1 metros, armado de lança e arco e flecha, representa a identidade do povo brasileiro que lutou pela Independência. Ele mata um dragão, seguro ao seus pés, que representa a tirania portuguesa. Esse tema foi o mesmo usado no antigo monumento ao 2 de Julho, instalado na Praça da Piedade, em 1856, atualmente, nos Aflitos.
Na parte alta do pedestal figuram, de um lado, a escultura de uma mulher representando a Bahia e, do outro, a escultura de Catharina Paraguaçu, com o lema Independência ou Morte, em seu escudo.
Em um patamar médio do pedestal, esculturas representam os rios São Francisco e Paraguaçu. Águias e leões compõem alegorias que representam liberdade e república.
Os mosaicos, com referências a eventos da História do Brasil, foram feitos em Pietrasanta, na Itália. As águias foram fundidas em Roma.
Estava cansado,em absoluto de tudo, de sua existência.Sabia tudo a respeito da quele monumento,pois,o mesmo retratava o que mais buscava em sua vida:a liberdade,de tudo,e de todos-até mesmo, de si mesmo.O 2 de Julho estava ali,sujo de coco de pombos,alguns pássaros mortos, ali faziam a sua decomposição celular.Os mendigos roubavam suas peças e a sujeira a tudo encardia,como se quisesse se aproximar da textura do cromaqui da gestão pública municipal.Uma praça,onde o negro e o indio morreram pela liberdade de uma nação serve de suporte para a iluminação natalina e até para a exposição de automóveis do passado.Era de lhe tirar o sono.Pensava que o caos se aproximava de todos,mas ninguém notava.Estavam destruindo tudo,manipulando tudo,mas ninguém percebia.Ja era,agora uma nação sem "portões" nas fronteiras.Falavam em sexo com crianças,a morte da família e do cristianismo.Desejavam transformar as crianças do país em párias imorais sem que aprendessem os fundamentos do cristianismo( um dos principais pilares que sustentam a civilização ocidental,além do judaíco,e do greco-romano-que nos deu as leis,a política,a democracia,o direito à vida,a liberdade...)
Na madrugada acordava com insônia,e escolhia ouvir sons que iam de 432 hertz ao som binaural para a sua regeneração completa( acreditava assim).Ás vezes exagerava e ouvia sons de 528 a 936 hertz."Esta sonoridade atua nas células que compõem os órgãos dos nossos corpos.Curam o corpo e a Alma e purificam as energias que nos cercam.
Estendem o seu alcance aos componentes mais sutis de nossa existência,como o perispírito( o nosso corpo sutil,também,conhecido como Corpo Astral,Alma).Atingem,também as energias que nos compõem"-afirmava para os vizinhos,que ouviam o som no silêncio da madrugada que vazava do seu quarto(morava num pequeno prédio,onde ocupava um pequeno quarto-sala).
No térreo-em frente ao sobrado -funcionava uma pequena bodega,onde as pessoas ouviam o som(aqueles de baixa qualidade artística em sua sonoridade e na melodia,como na letra,onde a temática era sempre a putaria,ou o corno sofrido,como uma paixão mal resolvida).
"A frequência dos milagres."Dizia para si,enquanto ouvia o som,num volume baixo,suportável.E,assim tinha a ansiedade reduzida.Ficava calmo,tranquilo e esperançoso.Refletis:" não entendo,como as pessoas enchem a cara de cachaça e ouvindo estas músicas de tão mau gosto."
A frequência dos milagres era 423 hertz.Ouvia outros para liberar o medo,a insegurança.Fazer uma pureza energética na sua psicosfera( a energia que circunda a tudo,e a todos-cidades,estados,nações-e até o Globo Terrestre).
-Não é como o sexo.O prazer que pode dar uma mulher.Esta é a Energia Divina.Não é como a satisfação de fazer um bom negócio,ter um bom salário.Divertir-se.O som não tem uma definição pura,e racional,simples,assim:toca na alma-e,so.Relaxo e durmo.Acordo na manhã mais feliz,alegre,disposto-e recordo-me que um Deus existe.
Acreditava- em poder se livrar,assim, das energias destrutivas.
-Não penso mais em morrer.
Dizia para si,e em voz alta.Olhava-se no espelho.A barba por fazer.Os cabelos longos,em desalinho.A casa estava uma bagunça.
- Mas,eu não,estou bem.963 hertz,a batida da cura e dos milagres.
Dizia assim tendo os pés cruzados em x.As duas mãos por trás do pescoço tendo o travesseiro de apoio.Da janela,de vez em quando podia avistar jovens cheirando pó numa mesa do boteco,enquanto enchiam-se de cerveja barata-daquelas que possuem gosto de mijo e são vendidas em propagandas mentirosas estreladas por astros da tv( das novelas) e da música que só bebem vinho do Porto( importado de Portugal) e uísque (traficado da Escócia).Relaxado se encontrava com Deus.Estressado se encontrava com o trouxa que não sabia resolver as questões da vida,e,feito um derrotado só pensava em se matar.Mas,por enquanto,havia descoberto que enquanto há vida,há esperança.E repousava ouvindo 936 hertz o som da noite da felicidade.Ali encontrava-se consigo,mesmo.Era dezembro.O Natal se aproximava.O monumento 2 de Julho continuava sujo de coco de pombos e encardido.Algumas peças haviam sido roubadas, assim como a sua paz interior, quando assistia as notícias da tv( a maior representante e parceira dos podres poderes).
LG