O sorriso da morte

Após um dia extenuante no trabalho, Dante voltou para casa morto de cansaço. Colocou a chave na porta, girou a maçaneta e empurrou-a lentamente, com aquela preguiça característica de fim de expediente. Voltou a fechá-la e acendeu as luzes da pequena sala. Lançou os olhos abatidos pelo cômodo. Nada havia de novo, com exceção de um porta-retratos jogado em cima do sofá. Aproximando-se, reconheceu aquele objeto. Continha uma foto sua com a ex-esposa, do tempo em que eram noivos. Não via aquela fotografia há anos; contudo, não pode deixar de notar que a sua parte da imagem havia sido dilacerada por um instrumento pontiagudo.

- Que diabos...

Antes que pudesse entender o que se passava, recebeu uma punhalada nas costas, e outra, e outra... até que seu corpo tombou por sobre o tapete, ensanguentado e sem vida, o porta-retratos virado para a sua direção. Nele, sua ex-esposa esboçava um belo mas irônico sorriso.