instant’neo
as voláteis formas com corpo e cheiro e movimentos sensíveis deslizaram na passarela que se fez desde o primeiro gole de café - o que se aproxima lento e quente no declive cuidadoso com que a xícara é posta frente à boca, a janela exposta pelo recolhimento lateral das faces da cortina de cor noturna, leves sopros sobre a pele do líquido, a imagem atravessando as imagens fantasmagóricas e estáticas aguardando o odor de carne-morta ser queimado pelos sistemas fósseis, o toque dos lábios arredios e a invasão da viscosidade amargodoce na língua; até o meio do cruzamento viário. – Ei... (Ei...); sua nudez está limpa, como nunca pudera ter estado alguma vez no quarto, os ângulos retos emergidos pela luz fazem acreditar num sol matemático e que não há nada nem mesmo larvas habitando os buracos prediais, mas na imagem dentro da imagem está se despindo, ininterrupto e interminável, todavia concluindo-se, despir de uma túnica transparente, igual à que nunca pudera ter feito no banho/ na periferia de um momento passa um cavalo, ele também está nitidamente nu, Passos de cavalo num chão artificial... (Passos de cavalo num chão artificial...), ou compartilham da mesma nudez, leva a carruagem carregada de restos de ideias velhas, ela saúda com suas ancas nuas a passagem ruidosa antes que a carga seja reciclada em novas ideias velhas, e prossegue/ direciona, como jamais, e seu sorriso alarga-se, adiantado muito do corpo com movimentos vagarosamente ondulares de braços e pernas, na direção que nunca estivera, mas na imagem dentro da imagem está fazendo giros harmoniosos de passos ponteados e malabarismos com o fogo diferente do que não fez em pé naquela vez sobre o corpo, contudo, ambas, nuas e despindo-se ininterruptas, saudando a nudez animal que passa frente à imobilidade das ideias velhas, brincando de sorrir com o fogo, chegam juntas, - Toque-me... (Toque-me...), o silêncio ecoando semelhante a uma palavra dita numa sala vazia ou somente com algum e uma xícara contendo um gole a menos de café – e a violência de tudo atingindo em abrupto regresso os olhos através da janela com buzinas e combustões ansiosas na autorização de continuidade, os instantes descendo guelabaixo