O corvo saltitava no chão.
Inclinava a cabeça e espreitava debaixo de cada pedra.
Tudo quieto!
- Que coisa! Murmurou o seu bico negro. Como é que um pássaro mantém as penas luzindo de papo vazio?!
Bateu com ambas as patas no chão e escutou.
Um ruído veio de muito longe.
- Minhoca, de certeza, pensou.
Escavou, escavou, escavou, as pálpebras bem cerradas, o corpo inclinado, o bico bate que bate… não era um pássaro, era uma alavanca!
A minhoca trituradora, atordoada, quisera deitar as mãos à cabeça.
O seu corpo, esguio como tripa, bem que se encolhia.
- Um abalo! Isto é um abalo!, pensou.
- Ah, cá estás tu! Exclamou o corvo.
E ela abalou!