EXPECTATIVAS

João: Todo elegante e cheio de pose, ele caminhou até o helicóptero entrou, ajeitou-se no banco, ligou os motores alçou voo. Ia ao encontro de seus sonhos, não havia preocupações verdadeiras apenas uma pequena ansiedade ao se buscar o desconhecido, ele tinha tudo que o dinheiro podia comprar então até mesmo suas expectativas eram repletas de certezas (não havia o doce encanto da busca e do querer).

José: Suavemente como se deslizasse percorreu toda a distância que o separava de sua amada, naquele momento ele sequer sentia os solavancos da bicicleta na velha calçada de paralelepípedos. Queria chegar e toma-la nos braços mais uma vez. Só mais uma vez, passaria por uma cirurgia e suas expectativas não eram boas. Seu maior bem era sua amada.

Andréa: Sentada na beira da cama, ela esfregava os olhos vermelhos pela noite mal dormida: Não sabia quais palavras usaria para dizer a José que não mais o amava e que iria embora com outra pessoa.

José entra em casa, olha a amada com os olhos vermelhos e imagina que ela sabe de todos seus problemas, então diz de supetão sem procurar as palavras adequadas e sem tempo (o tempo urgia):

- Andréa, hoje fui ao médico ver o resultados daqueles exames que andei fazendo. Lembra? Ele me disse que estou com um tipo de câncer agressivo e que terei que passar por cirurgia urgentemente, depois terá que fazer uns tratamentos. Disse que é muito grave.

Ao dizer as ultimas palavras, José desabou nos braços de Andréa aos prantos.

Andréa o abraçou e chorou junto com ele. O que fazer???

João. Ainda de dentro de seu helicóptero olhou ao redor e pousou. Não havia ninguém à sua espera.